MARÍTMO

 

Vá marinheiro pelo mar sozinho

Tange seu canto – sua barcarola,

Essa saudade que do peito evola

Deixe que a onda leve à areia arminho...

 

Vá marinheiro, diga ao golfinho

Que ao mar pulula como uma mola

Que a lágrima da face que perola

Em pérola transforme esse espinho...

 

Mareia nessa bruma já salgada

Das lágrimas de outros marinheiros

E cante e chore – só; cante mais nada...

 

Explode essa tristeza uma-a-uma

Que em versos se transformam – seresteiros

Nas ondas – vão morrendo em espuma...

 

02-10/02/08 – Cananéia – São Paulo

Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 11/02/2008
Código do texto: T855504
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