Certezas possessivas

Você sabe que te deixo solto por aí, numa boa,

E ainda acho graça das suas roupas inventadas,

- Da sua cara de safado, da sua devassa loa -

Da sua desfaçatez com as fêmeas imantadas.

É que gosto de te ver feliz e assim apaixonado,

Cantando todas, livre e liberto de qualquer algema;

Se é no meu corpo que você levanta seu trinado

E sou quem te suga lento até que seque e gema,

Te deixo livre ao vôo e ainda te dou mais asas e rio,

Só o meu olhar te acompanha com o brilho do cio,

Atento, na pena que desliza, a que ninguém te fira;

- Não aparo teu jardim nem uso tesoura de poda -

Deixo que floresça livre e goze toda e qualquer foda,

Porque sei que é meu e, o que é meu, ninguém tira.

Sampa, 07.02.2008

http://versosprofanos.blogspot.com/