SONETO DE TERNURA


Se o amor soubesse furtar os teus olhos,
Traria nos meus o perfume da rosa,
Libertando-me de quaisquer abrolhos,
Altaneira! Serás a minha briosa.

Que me guarda e prende com os ferrolhos,
Na paixão que incendeia não é perigosa,
Aguçada no meu corpo há antolhos,
Que saem do fundo do coração em glosa.

Fragueiro como ’antes, hei de te amar!
Noutros mares bem distantes, é um cheiro,
No cachecol sem sol, vou te abarcar.

Busto e cerviz hás de uni’ o marinheiro,
Nos epítetos dos seios irás dar,
Os olhos da bel roseira ao parceiro.


ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 06/02/2008
Reeditado em 10/10/2011
Código do texto: T848175
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