DILEMA


Se escrevo um poema, falando da vida
ou canto a palavra; se faço notória
alguma certeza ou se conto atrevida
um fato excitante, por vez, uma história

apenas picante, se evito um revés
de estranha crueza ou mesmo o exagero;
se escolho um bom tema e vou através
da história que conto, a buscar um tempero...

Se fujo do amor, faço um meta-poema
e falo de tempo ou questão social,
de rima presente ou ausente do esquema

da composição, isso é truque banal.
A estrada que sigo não rompe o dilema;
é sempre presente, essa ausência, afinal.



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