Batalha de poesias

Estes sonetos daqui foram escritos de improviso em um tópico de uma comunidade do Orkut relativa à Faculdade em que eu estou estudando.

Seu contexto é de rivalização e briga política, na época eu fazia parte de um movimento estudantil de oposição às gestões de Diretório Acadêmico e Diretório Central dos Estudantes da UPE. Eram comuns haverem debates acalorados pelo Orkut, e vários Fakes surgiram para botar lenha na fogueira, entre eles Pagu (oposição) e Augusto dos Anjos (situação), este último postava sempre em formas de versos e abriu um tópico criticando o movimento de oposição. Os foristas voluntariamente começaram a responder o tópico, e discutir, em versos.

Selecionei os que eu postei naquele tópico para apresentar aqui. Alguns tem versos baseados em outras poesias minhas, outros são frutos de um improviso muito rápido.

O tema inicial do tópico foi "Qual a Idéia?" e foi a partir daí que eu comecei.

"Versos de Protesto" (25/09/06)

É a idéia do presente, um problema atual,

que esqueceu no passado as revoluções

por se tratarem de passado, ilusões.

Essa briga é nova, é nossa e é real.

Por tudo o que eu disse não me leve a mal,

mas se ofendemos é sem pretensões

pois o que se fala não passam de sermões

para situar em seu lugar cada qual.

Cada qual escolhe o seu presidente,

e cada presidente faz o que quer.

Tomando o povo que o escolheu por mané

e ainda simula uma projeção de repente.

De repente? Não foram os gritos que o fizeram falar?

a discórdia de uma oposição tem de continuar.

"Se a arte é guerra, os versos são meus canhões" (25/09/06)

Ah! Mas agora deixem o povo falar

para que ele possa enfim ser justo,

e com o que ele diz até eu me assusto,

por uma verdade que há muito tentaram calar!

"- Esse quarto tão pequeno. Está faltando ar..."

É a agonia de quem não tem busto,

apavorado por ter de pagar o custo,

que o povo, humilhado, agora vem cobrar.

Humilhado! Por tanta decepção tardia.

Mas o tempo se esgotou, não aguento mais

Eu não pedi a guerra, mas me roubaram a paz,

e agora que começou que se acabe em um dia!

A poesia, arte nobre, é uma forma de expressão

se dela fazem guerra meus versos são um canhão!

Sem Título (26/09/06)

Uma vez me perguntaram qual o motivo

de eu cantar tão veementemente

as chagas da UPE, que já está tão doente.

Respondi: "- eu canto porque vivo!"

Prefiro a repulsa ao cinismo maldicente,

que macularia os meus versos tornando-os nocivo

por isso canto. É melhor do que ser passivo!

E aceitar uma gestão tão indiferente...

"Tão simples são os homens, que quem engana

sempre encontra quem se deixe enganar"

Mas toda gestão passa, essa também passará

quer seja em um dia, um mês ou uma semana.

Mas não passará a infâmia de ter gastado

R$350,00 em uma feijoada... E EU NEM FUI CONVIDADO!!!!!!!!!

"A Idéia é essa aqui!" (26/09/06)

"Para fazer poesia basta imaginação." De certo.

"Para fazer política mais do que disposição." Beleza.

"Há muito mais por trás do falatório." Certeza!!!

"Se excluem por que querem". Passou nem perto...

Não apoiamos Mendonça, Eduardo ou Humberto

Fizemos política, sim, mas sem surpresa

mesmo sem ter a faca e o queijo na mesa

teve O Caldo, Seminário, Palestra e Projeto!

Ser oposição é mais do que reclamar

é exigir aquilo que foi prometido,

fazer o que se pode sem ter pretendido

prometer o que não se cumpre só para ganhar!

Fizemos tudo isso, e fizemos até festa!

Quem pode dizer que o Coletivo não presta?

"Pobre socialismo usurpado..." (28/09/06)

Pobre socialismo, foi dilacerado...

por uma corja de jovens comprometidos

em vencer mais uma eleição para o seu partido

e esquecer o governo abandonado...

O que o povo precisa não é de vitória,

pois a fortuna é uma rameira que flerta

com qualquer um. O coração do povo aperta

quando vê que socialistas não tem memória.

Não há glória em ter uma vitória assim,

de quem ganha legitimamente e não faz nada.

O movimento estudantil não é escada,

onde um crachá erguido é o único fim.

Ainda sujam o nome de "Che" um revolucionário,

tentando nos convencer a cair no conto do vigário.

"Viva, Juventude comunista! Porque estás morta." (28/09/06)

"Quem disse que não pode dar certo

e fazermos a mudança?". Foi o tempo,

esse incansável. Correndo desatento,

não viu que o futuro era incerto.

Não há utopia nesse socialismo

que quer dominar a universidade, o mundo!

Mesmo encontrando-se fraco e moribundo

ruge para que fiquemos no comodismo.

Viva, Juventude comunista! Porque estás morta.

Desapropriou o estudante de seu capital,

mas, não fez reforma política ou social.

Ó, Cuba! Teu exemplo parece que não importa.

Mas não importa, como sabes o tempo passa,

e um dia é do caçador, o outro será da caça.

Sem Título (02/10/06)

"Bom dia, Vietnã, acorde e sinta o cheiro do napalm!"

Mais um dia começou ruim... o que é essa maldita guerra?

Será uma luta por poder, uma luta por terra?

ou uma vontade de aparecer no guia eleitoral?

Ora, dizem que o nosso Caldo tem muito sal!

dizem quem um coletivo de estudantes emperra

a funcionalidade do movimento e encerra

qualquer ação destas gestões. Nem a pau!

Ser do contra não é filosofia de vida

nem motivo de orgulho para o estudante

que deveria prezar pela unidade atuante

mas tem de lutar para ter a integridade mantida.

Aos que odeiam o Coletivo, saibam agora

que se não for mais necessário ele irá embora.

Sem Título (02/10/06)

Não me impeça de fazer o que não fazes

não me peça para não ver o que existe:

um movimento estagnado que insiste

em dizer que nós não somos capazes,

que tudo que fizemos não passam de fases

para vencer uma eleição que persiste

em ser antidemocratica, já que resiste

num modelo monarquico. Assim, não faremos as pazes.

Qual o erro em preencher o vazio?

de atuar sem termos sido eleitos.

O futuro não é decidido por pleitos,

uma bomba não explode sem pavio.

E é por isso que fazemos estourar

sem nunca depender do DCE ou do DA.

Toda a discursão pode ser vista neste tópico do orkut:

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=466086&tid=2489169771269686409&kw=poesia&na=1&nst=1