VÍCIO DE MINHA VIDA

Tanto abandono tem-me procurado...

Se mais me escondo, acho-me perdido!

E, me perdendo,encontro-me escondido

Na confusão de um ser aprisionado

Da taça vil, num gozo entorpecente,

Escravo, bebo o seu líquido escuro

Então, quebro a garrafa, no presente

E leio, nos seus cacos, meu futuro

Às vezes, sóbrio, são e consciente...

Às vezes, triste, louco, decadente

(Constante luta tem-me consumido!)

Um santo e um pecador têm fracassado...

Ora, ascendendo à glória - resgatado

Ou mergulhando, qual anjo caído...