Soneto do Algoz

Com a palavra agora, um amador

Que com sua ignorância digladia

Esperando que por milagre um dia

Possa tornar-se, quem sabe, escritor

A insciência provoca-lhe pudor

A pouca sabedoria que o seguia

Sumiu (de certo foi encanto, magia)

Abandonando o já frustrado autor

Teima sozinho sob o véu da noite

Recebendo das letras forte açoite

Tornando-se criatura feroz

Desprezando o resultado da lavra

Nem mesmo assim fica afim da palavra

E dela desiste de ser algoz.

Eduardo Amorim
Enviado por Eduardo Amorim em 01/02/2008
Código do texto: T842800
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