Soneto do Algoz
Com a palavra agora, um amador
Que com sua ignorância digladia
Esperando que por milagre um dia
Possa tornar-se, quem sabe, escritor
A insciência provoca-lhe pudor
A pouca sabedoria que o seguia
Sumiu (de certo foi encanto, magia)
Abandonando o já frustrado autor
Teima sozinho sob o véu da noite
Recebendo das letras forte açoite
Tornando-se criatura feroz
Desprezando o resultado da lavra
Nem mesmo assim fica afim da palavra
E dela desiste de ser algoz.