CALOU-ME FUNDO N'ALMA

Súbito, faltou-me a inspiração, num átimo

calou-me fundo nalma o desconsolo

Despertando do meu Olimpo, caí ao solo

e, acossado pelo nada, sou apenas desânimo

Onde a musa amada, razão de primas obras?

Onde as princesas e os medievais castelos,

as orquídeas, os roseirais, os violoncelos?

Escombros! Frustrações! Só restaram sombras

Desprovido, vagueio num universo escuro,

sem tom, onde não ouço sequer sussurro,

tateando sem rumo à guisa de errante

Como se Cláudio subjugado por Messalina,

e envenenado pela segunda esposa Agripina,

atiro-me de pronto no caos reinante

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 30/01/2008
Código do texto: T839358
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