Cadê?

Trancaram-me a poesia, secaram minhas lágrimas!

Acredito ser o excesso de sobriedade, hoje, vivida;

Que se tornou uma prisão sem muros, de idéias máximas...

O que sobrou de mim? Pergunto-me. Será que há vida!

Nesta carcaça de razões, de sensações insossas;

Acho, sinto, percebo, mas não sei descrever o irreal,

Que vejo. Porém que não quero que tu, bela, ouças;

Pois o marejar de teu pranto de compaixão sei que é real.

Diante, então, da autonegação dos sentidos,

Perco a palavra, todavia não o talento com o papel,

E assim, consigo relatar estes momentos íntimos;

Onde o "eu" paira e volita na imensidão das dúvidas,

Nas incertezas do desejo pelo pecado e não pela virtude,

Mas que luto, que resisto, por amar mais que a própria vida.