AMOR EM PALAVRAS 87
Se há alguma cripta, meandro ou labirinto,
Desvãos impenetráveis, sem ar ou luz,
Mas que o resolver da mágoa, feita absinto,
Retire com vida a senha, que conduz
Ao espírito, à alma, sendo ou não o corpo extinto,
Presente ou não o cavaleiro de capuz.
Encontrar a própria alma, é fato distinto,
Que se sobressai e se isola, e que traduz
Perceptível clareza à razão, e dá ao instinto
Ver o que pesava bruto, e contradiz
A condição soberana em que o sucinto
Modo de crescer, (tal árvore sem raiz,)
Causa ao viver sem amor: o ego faminto,
Distraído da alma... Abaixo do seu nariz...