Fogo Branco

Havia uma noite a despontar

E um sol, no horizonte, que morria

Enquanto era engolido pelo mar

Nas águas era espelho de sangria

Via-lhe um peito todo sem queimar

Queimava só de dor e não ardia

Dum rasgo foi-se o fogo, chão e ar

Ficou só sangue em mar sem serventia

Prostrou-se ao vão, descrente, numa prancha

Tudo se lhe partia em avalancha

A empurrar-lhe as sobras pró barranco

Conquanto a noite crua se deslancha

Surgiu uma luz de prata sobre a mancha

Ardeu de novo o peito, era ouro branco

17-04-2025

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 17/04/2025
Código do texto: T8311448
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