VIDA QUE SEGUE
Meu coração é campo minado
Nas muitas guerras que perdi
Por obrigação, bate ritmado
No peito cansado de existir
Meu coração é músculo resignado
Programado a pulsar e seguir
De esperanças contaminado
De sonhos morando no devir
Tem consciência da finitude
Que a idade traz decrepitude
Que o fim é lápide a nos cobrir
Meu coração o sabe bem
Mas sabe também da estrada
Que a vida deve, sempre, prosseguir