MALDITAS RUGAS BENDITAS

Há de ser intensa dor quando pesa o tempo

E brigam contra ele os moços de outrora

Que se negando o próprio amadurecimento

Escravizam-se na vaidade e não a deixam ir embora

Tantos velhos existem moços e cheios de vida

Zoando de moços tão precoces envelhecidos

Por si rejeitados abrindo n’alma horrível ferida

Que a auto-estima, sem estima os tenha esquecidos

Pelo sorriso falseado sabe-se da denúncia

Desses pobres homens sofridos, acanhados

Por não terem aprendido sobre a renúncia

Que nos pede cada tempo vivido, partido, debitado

E quem se nega na vida dela só recebe pronúncia

De um envelhecimento triste e envergonhado

Jairo Lima
Enviado por Jairo Lima em 24/01/2008
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