Canto livre

Chovendo o som de uma noite negra...

Musa da esperança que nos salva

Da seca que no sertão é morte árida!...

Eis que o choro vão o coração sagra

Com a palavra emocionada que pausa

Uma vil vertigem que humilha, ávida...

De que o poeta deixe o trono e cale!...

Se um pouco desse tom da sorte triste

Fosse tocado por instrumento, fale

Para que não cantem junto! Insiste...

A poesia em dizer que os dias passam,

Mas a noite jamais morre, brilhando nua!

Se na terra houver descanso, ouçam:

O poeta já não pousa, mas canta à lua!...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 04/04/2025
Código do texto: T8301418
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