Canto livre
Chovendo o som de uma noite negra...
Musa da esperança que nos salva
Da seca que no sertão é morte árida!...
Eis que o choro vão o coração sagra
Com a palavra emocionada que pausa
Uma vil vertigem que humilha, ávida...
De que o poeta deixe o trono e cale!...
Se um pouco desse tom da sorte triste
Fosse tocado por instrumento, fale
Para que não cantem junto! Insiste...
A poesia em dizer que os dias passam,
Mas a noite jamais morre, brilhando nua!
Se na terra houver descanso, ouçam:
O poeta já não pousa, mas canta à lua!...