SÃO SÓ PALAVRAS, SÓ PALAVRAS
Outrora, as mesmas palavras, um inferno,
Agora, justificadas, seu sentido,
Mas, mesmo assim, meus ouvidos, ainda inverno ,
Guardei as minhas, para um dia ser teu ouvido.
O tempo, mero fluxo de vocábulos,
Sem nexo, sem valor, apenas ruído,
Hoje, porém, ganharam novo brilho,
Pois sei que um dia serão por ti ouvidos.
Teu velho refrão, repetido há muito,
Ressoa em mim, como uma antiga canção,
Que espero, um dia, possa enfim ser dita.
Então, talvez, enfim, compreendas a razão
Desse meu silêncio, desse meu conflito,
E minha voz, enfim, encontre acolhimento.