Silêncio… tenho fome do silêncio

Silêncio… tenho fome do silêncio,

Anseio o nada; anseio a vacuidade.

Que se exploda — é melhor — tudo num tenso

Fio que define a especificidade.

Que tudo seja um, que um seja nada;

Seja feita a cosmogonia profana.

Que tudo afirme e tudo negue, cada

Dizer também seja o oposto que exclama.

Estóico quando bem e quando em crise.

Morto na vida, especialmente em vida,

Calado, mesmo tendo algo a dizer.

Ao mesmo tempo ignóbil de expertise;

Espírito burguês dos vis suicidas:

Eu sou o ócio, o tédio, em vida o morrer.