SONETO DO SILÊNCIO
No peito mora o peso do silêncio,
Palavra presa em sombras tão vazias,
Um vento frio varre o céu imenso,
Levando sonhos mortos por tardias.
Na solidão, desponta o desalento,
Memórias frias brilham fugidias,
E a noite, nua, envolve num lamento
As cinzas pálidas de antigas alegrias.
Mas há segredos ditos sem palavras,
No olhar que brilha em meio à escuridão,
E a alma grita quando já se cala.
O que se esconde além do coração?
Talvez um sopro, um eco que resvala,
Ou a saudade em triste desilusão!...