O Voo cruel
Ao povo que escuta, eu venho contar,
História de um pássaro feito de aço
Que um dia ousou sobre o mar voar
E em ondas bravas perdeu o compasso...
O 3014, guerreiro e valente,
De dia de noite sempre a servir,
Levado ao escuro por ordem insistente,
Num voo incerto, sem chance de ir...
O mar o tragou sem dó nem piedade,
Dois homens perdidos, gritos no ar
Mas veio o socorro na noite de agrura
E a morte, ao menos, todos não pode levar...
Foi ordem insana, de cima imposta...
Mas, nunca jamais tal erro haverá,
Pois, o breu condena quem nele aposta
E ao "cross deck" só cabia mesmo matar!