FERIDAS
Lanças em riste, brado à paixão
Que, de cupido, verte-se mortal;
Fez-me no peito, a punção fatal,
Ao conflito de cérebro e coração.
Não sei aonde vou e onde estou,
Subsisti ao temporal de ilusões;
No confronto mágico das razões
Foi-se, em assalto, o que restou.
Mas, ainda procuro na estrada,
A marca nebulosa dos seus pés
Fugindo em silente madrugada.
À margem do sonho despedido,
Protejo-me no silêncio doloroso,
Sentindo o duro golpe desferido.