Vida destinada em vao *

Destinada tenho esta vida minha

Por sofrer o fardo e penoso engano,

Porque cresça-me mais o mal tirano

Desta pena tão áspera e tão mesquinha!

Pois, o bem, que tão pouco me convinha,

Mas que elevava um já fraco humano,

Fez-se do seu dano meu eterno dano

Para que sofra mais o mal que tinha!

E, assim, que co’um mal cresce-me outro mal,

Cujo a razão Amor tanto obriga,

Entendendo vou o desconcerto tal:

Ó tu, que no peito Amor cego abriga,

É por via que (lhes) dou tal aval:

_Que Amor a tudo agrava e não mitiga.

Alssyno Dantas
Enviado por Alssyno Dantas em 23/01/2008
Reeditado em 13/07/2008
Código do texto: T829359
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