VÔ MANOEL
A meu avô paterno, Manoel Soares do Nascimento, em memória, dedico.
Lembro o senhor de sorrisinho fino,
deitado sempre num local da sala
e do seu lado combinava a mala,
pois era assim no tempo d' eu menino.
Lembro o seu corpo estrutural, franzino...
(a minha voz, nesse momento, cala).
Veio a velhice lhe cobrando a fala
e veio a morte findar seu destino.
No seu velório, chorar, não chorei;
era inocente, mas, agora eu sei,
entender isso me custou mui tanto.
A ti dedico este soneto aqui,
por toda vez que do seu lado ri.
Com sua ausência, só me resta o pranto.
Baixa Grande, 27/01/2020.