Nossos sonhos
Quando de manhã por mim passaste
No chapéu o meu rosto te ocultei;
E mesmo sem te olhar também o sei
Que teu rosto na sombrinha ocultaste.
Na mesma manhã, quando voltaste,
Novamente por você eis que passei.
E entre nós dois se fez a mesma lei:
Eu não quis vê-la, o rosto me viraste.
Duas crianças é o que parecemos.
(Que ingênua essa nossa brincadeira!)
Pois tanto assim nós juntos padecemos;
Onde dormes, em tua cabeceira
Sonhas comigo... e o mesmo sonho temos:
Porque contigo eu sonho a noite inteira...