UM POEMA PARA MINHA MÃE
Tinha o espírito leve, presença frágil,
Mas, confiante, segurava-me a mão;
Protegia-me sob verdades e coração,
Movendo-se altiva, no seu corpo ágil.
Zeloso, seu olhar tinha o azul do céu,
Melodiosa, sua voz era minha calma;
Provia-me o corpo, nutria-me a alma;
Atenta, velava-me, como a um troféu.
Sua voz, depois, foi cedendo o ardor
Às montanhas e flores, no horizonte,
Que, às chuvas, exuberam com vigor.
Agora, escuto, por entre as campinas,
Sua voz suave a ecoar-se nos montes,
Como um sorriso inocente de menina.