TOLA ESPERA
O sangue ferve quando o olhar se deita
no rosto de feições angelicais
e o mundo se apequena até demais
porque venero, plena, minha eleita.
O lume do sorriso me deleita,
revela o mais formoso dos fanais,
embala apaixonados madrigais,
mas a vereda enxergo tão estreita...
A rude indiferença me intimida,
sufoca meu protesto e, perseguida,
a graça de sentir o teu carinho
resiste, nutre o grito da quimera
de alguém que, dominado pela espera,
decide amar, ainda que sozinho...