Orvalho do Mar

O cais recebe o navio e a simpatia,

Nas ondas que embalam sonhos e brados,

E os homens partem, firmes, confiados,

Levando no peito a nostalgia.

A terra os vê sumir na travessia,

Ficam acenos, rostos marejados,

E as águas, cúmplices dos destemidos,

Se enchem de pranto, lenda e poesia.

No sal do mar, a lágrima se esconde,

Mistura-se ao azul que os horizontes

Guardam em sombras e em rastros de luz.

E enquanto o tempo avança e se desfaz,

As ondas são suspiros lá no cais,

São orvalhos que o vento reproduz.

oooooooooooooooooooooooooooooooooo

Alto mar

O mar é um tempo de paz e fúria...

Suas ondas descansam na praia

num chuá que a areia lambe salgada...

As ondas podem ser altas e curtas, diria,

ou baixas e longas e um tanto fortes;

mas é preciso navegar com sabedoria...

Se aventuram no mar o Sol e a Lua,

como faz o marinheiro venturoso

no seu navio altaneiro e corajoso...

O mar é o mar desde antanhos pioneiros

e exige coragem e espírito aventureiro,

também dos novos heroicos marinheiros...

Viajar em alto mar era no escuro navegar,

era navegar com as estrelas... Hoje a navegação

curte, aceita e respeita as verdades do mar...

ooooooooooooooooooooooooooooooooooo

Guerreiro do Mar

Na luta contra a morte, foste forte,

Num céu de trevas, foste a luz acesa.

Ergueste a voz, honrando tua sorte,

Sem te curvar à sombra da incerteza.

Dois bravos tombam, fria a despedida,

Mas salvaste dois, num ato soberano.

E as cicatrizes, provas dessa vida,

Marcam teu peito como um ser humano.

Não foste servo ao jugo da mentira,

Mantiveste a verdade em cada passo,

Vencendo a farsa vil que se conspira.

Guerreiro altivo, sem temer o aço,

Teu nome ecoa em glória que não mira

A lisonja fácil, mas o orgulho escasso.