ENXADA E CANETA
Poema de Valdir Loureiro.
Versos Decassílabos
Hoje eu não vou fazer súplica de nada.
Vou contar uma história e agradecer
Tudo quanto Deus quis me oferecer
Da caneta ao cabo da enxada.
Já plantei um roçado que a enxurrada
Arrancou pelo tronco e fez se erguer
Talo, folha, para à cerca envolver...
"E a cor verde ficou enlamaçada."
Quando eu cheguei ao campo e vi aquilo,
Não achei bom e nem fiquei tranquilo;
E resolvi estudar na cidade.
Minha tia levou-me para a escola,
O meu pai deu-me caneta e sacola...
Planto livro sem enchente ou tempestade.
____________________
Poema acima com Decassílabos na forma do soneto italiano, rimas ABBA ABBA CCD EED.
___________________
Agradeço a maravilhosa
INTERAÇÃO DE CONTRAPONTO em Redondilhas Maiores do meu dileto primo e Poeta JOÃO ALENCAR
...Mas a vida é mesmo assim.
E o campo não vai parar:
Precisamos do alimento;
Alguém tem que o levar
A fim de prover sustento
Para quem foi estudar.
Tal relação tem que ser
de duas vias a contar.
A Humanidade é espécie
Que se vai perpetuar.
Não fica na mão de um só,
De opinião a mudar,
Que deixa a sociedade
Sem se beneficiar.
A terra é para nós todos:
É a regra a se completar.