A saga do Cross deck
Esse trabalho apresenta uma narrativa intensa sobre um acidente aéreo no mar, abordando desde a queda até as consequências da tragédia. No primeiro ato, destaca-se a luta do piloto contra as forças da natureza, enfrentando uma aterrissagem traiçoeira que culmina na queda da aeronave. No segundo, a tripulação mergulha no terror do oceano, onde o frio e a iminência da morte se tornam inimigos implacáveis. No terceiro, um resgate heroico é conduzido, evidenciando o espírito de irmandade e coragem dos envolvidos. O quarto ato, no entanto, expõe a injustiça: em vez de reconhecimento, há perseguição e opressão. O herói, que deveria ser celebrado, torna-se alvo de tribunais arbitrários. Contudo, o tempo se encarrega de revelar a verdade, reabilitando o protagonista e dando-lhe o devido valor na história. Além disso, os sonetos finais homenageiam figuras que marcaram a trajetória narrada, reconhecendo seu legado de coragem, honra e amizade. O poema é um tributo emocionante àqueles que desafiaram o destino nos céus e nos mares, mostrando que a verdade, ainda que tardia, sempre prevalece.
O Voo na Escuridão
Na noite escura, o mar em desafio,
O vento sopra em tom de tentação.
No convoo, um piloto enfrenta o frio,
Num cross deck de pura precisão.
O tempo corre, as ordens são lançadas,
A mente atenta, o risco à espera está.
As hélices cortando as madrugadas,
A vida presa ao fio que o céu traçará.
Mas algo erra, a névoa é traiçoeira,
O ponto se confunde no luar,
O pouso torna-se uma grande esteira,
E o pássaro de ferro vai tombar.
O mar o toma em sua vastidão,
No abismo cresce a escuridão.
ooooooooooooooooooooooooooooo
A Queda e o Instante Final
Um grito surge em meio ao turbilhão,
A fuselagem corta a espuma negra.
No horror da queda, a tripulação
Enfrenta o medo em meio à densa bruma.
O mar, voraz, reclame o seu tributo,
O tempo urge, a morte quer seu preço.
E o céu, impávido, mantém-se bruto,
Sem alterar um traço em seu começo.
O piloto luta contra o seu destino,
Nos olhos brilha a sede de viver.
E, no oceano, o frio repentino
Diz que é preciso forças refazer.
O resgate torna-se a nova meta,
A noite agora é sombra incompleta.
ooooooooooooooooooooooooooooooo
O Resgate Desesperado
No rádio, vozes cortam o silêncio,
O aviso é claro: alguém caiu no mar.
A frota move-se, em total comprometimento,
E os olhos procuram quem há de salvar.
Luz sobre as ondas, risco e esperança,
A nave busca o vulto a flutuar.
A vida é frágil, mas a confiança
Faz cada um seguir sem hesitar.
E quando finalmente se vê na água escura
Aquele que desafiou o céu,
O braço forte rompe a noite dura
E arranca o irmão das garras do breu.
O resgate é feito, um herói renasce,
Mas a tormenta ainda não se esvaece.
ooooooooooooooooooooooooooooooo
A Perseguição e a Injustiça
Mas é que a fúria surge em outro tom,
A mão do mando pesa sem razão.
Na terra, ergue-se um ciclone cruel,
Com olhos frios, prontos pra opressão.
Interrogado como um réu suspeito,
Esquecem-se que a sorte o quis viver.
O medo cresce, o olhar é vigiado,
A honra luta para não morrer.
No aço frio, o corte se refaz,
E a farda pesa como um velho fardo.
Quem deve proteger já não é mais,
E o céu, que era o lar, agora é o cardo.
O herói que o mar um dia libertou,
Nos tribunais injustos naufragou.
oooooooooooooooooooooooooooooooo
A Verdade que o Tempo Guarda
Mas o destino escreve a última linha,
E a verdade insiste em retornar.
A História nunca aceita ser sozinha,
Os fatos vêm à tona sem tardar.
O que era sombra torna-se lembrança,
O que era injusto cai, se desfaz.
E mesmo que a verdade seja mansa,
Um dia brilha intensa, firme e audaz.
O homem que o oceano quis levar
Venceu nas águas e na escuridão.
Embora tentem sua luz quente,
A História é justa em sua decisão.
O Cross Deck vive na voz do tempo,
E a verdade sopra ao mar seu vento.
00000000000000000000000000000000
Soneto para César
Na farda ou no convívio, um bom amigo,
De riso franco e olhar que dá alento.
Em meio às lutas, firme no perigo,
Mantém-se honrado em todo sofrimento.
César, teu nome traz em sua essência
A força de quem nasce pra vencer.
Com sua mão, construídas com excelência,
Com sua voz, ensina a crescer.
Leal, sincero, amigo verdadeiro,
É luz que nunca deixa de brilhar.
Por onde passa, marcas o roteiro
De quem contigo aprende a caminhar.
E assim, a vida paga-te em respeito,
Pois é um homem nobre e de conceito
00000000000000000000000000000000000
Soneto para Wagner
Wagner, na luta é forte e destemido,
No peito leva sempre a retidão.
Jamais recuas, segue decidido,
Trazendo em ti justiça e coração.
Nos éguas ou nos ares, sempre atentos,
Na disciplina é mestre e inspiração.
Enfrentas tempestades, contra o vento,
Sem medo, sem fraqueza ou hesitação.
Teu nome é sinônimo de coragem,
Teus passos deixam marcas no caminho.
No tempo, tua honra é uma mensagem,
Um grande líder nunca anda sozinho.
E em cada feito, a vida regular
Que quem é grande nunca esmorece.
oooooooooooooooooooooooooooooooooo
Soneto para a equipe do Mar 3012
Comte, entre versos e memórias,
Sua jornada é feita de bravura.
No céu, no mar, inscreves tuas glórias,
Na pena ou no rotor, és criatura.
Foste ao limite, viste a escuridão,
Sentiste o mar te puxar para o abismo.
Mas sobrevive quem tem coração,
Quem carrega no peito heroísmo.
Teus versos contam mais que tua dor,
São ecos de uma luta sem igual.
E o tempo, que eterniza teu valor,
Fará de você um nome imortal.
Comte, tua história resistiu,
E na lembrança, forte reluziu.