LUZ INFINITA (Soneto sem E)

 

Série: Sonetos Sem Vogais

 

Sol puro brilha no tom do alto dia,
Caminho vago, límpido, a sonhar.
Nos sons do azul, a luz do ar sorria,
Voz muda, fluindo, a rir ou a chorar.

 

No vão do orvalho o halo fino assoma
Da lua branda, lúcida, a luzir;
O azul profundo traz o bom aroma
Atribuído às rosas a florir.

 

Um álgido frio ronda a dor da intriga,
O solo grita, só, tão nu, profundo,
O pulso firma, ou tomba, na fadiga.

 

Um rito vibra, tórpido, no mundo,
A cor do som no úmido há-la antiga,
Do âmago, branco, um gozo oriundo.

 

Melgaço, Pará, Brasil, 21 de março de 2025.
Composto por Léo Frederico de Las Vegas
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