FINITUDE E ABISMOS INCÓGNITO
Na fria abóbada onde os astros deslizam,
Como lágrimas pálidas no véu noturno,
Vão-se os amores que as mãos não cicatrizam,
Fogem, sombras sem nome, ao tempo taciturno.
Ó sonhos que a ilusão teceu em prata e lirismo,
No altar do desejo, cinzas ao vento vão...
Pés e coração que marcham no abismo,
E o pó dos ideais que se perde no chão.
Quantas estrelas caem, mudas, no horizonte,
Sem que os lábios do humano lhes roubem o ardente!
Deus, talvez, seja um nome a errar no monte,
Um eco nos silêncios do universo dormente.
E a vida? Breve espelho onde a morte se alonga,
Fresta entre o amor não amado e a dor que afoga.