Soneto do amor mudo

Amor aquele que não ouso dizer o nome,

Que me devora, que machuca e que consome!

Amor aquele que arranca, que levanta e que acende,

Que tortura... Amor aquele que censura, em estado renitente.

Amor aquele que não ouso dizer o nome,

Que é crescente e progressivo;

Que me prende e faz de mim refém,

De seu próprio esplendor e gigantismo.

Amor aquele que não ouso dizer o nome,

Que me perverte...

Amor aquele que me diverte e faz-me morrer.

Amor aquele que insiste em permanecer mudo,

Que revela-se e para mim é tudo,

Absoluto sobre todo o meu querer.