O peso dos dias

O tempo corre, escapa entre os sentidos,

um turbilhão de afazeres sem cor,

preso em relógios, passos repetidos,

no peito pulsa a sombra do temor.

Ansiedade dança em pensamento,

sufoca a paz, desfaz o que é sereno,

grita a rotina em meio ao desalento,

cansaço pesa, o sonho fica ameno.

Em meio ao caos, quem ouve a própria voz?

Quem sente o vento ou vê o sol brilhar?

Ou somos só engrenagens sem um nó?

Mas há um jeito: parar, se escutar,

achar na calma um rumo menos feroz,

e na leveza, enfim, recomeçar.