A musa e o vento

Sopra o vento entre as brumas do passado,

Trazendo o doce canto da lembrança,

E em cada brisa um toque apaixonado,

Que envolve a musa em dança e esperança.

Seu véu se ergue em asas pelo espaço,

Rodopia ao sabor do ar errante,

E o vento, qual amante no abraço,

Beija-lhe os lábios num suspiro amante.

Mas passa o tempo e o vento se despede,

Deixando um eco em notas de saudade,

Nos olhos dela a chama ainda acede.

Pois se o vento é livre em sua verdade,

A musa o guarda em sonho que precede

Um novo sopro de eternidade.