No seio da vida

 

Sombrias são as palavras que nos dão muito calafrios

Que transformam o nosso bem-estar em pensares...

Vagorosamente um- mal estar faz refletir nos andares

Ébrios, vagos seres que destroem nossa luz, são frios.

 

Superam o calor abrasador dum verão intransigente

Com apenas uma palavra, fala generalizada que cala

Penetra em sua alma, agoniando sua pele em brasas

Ondulam névoas tristes de uma situação deprimente.

 

Alegam cetinosas rendas brancas vulgares nas janelas

Que tremula, falsamente nas fechadas, sem os ventos

Em seus altares, as máscaras são indefinidas, tagarelas.

 

Sem pudor, mancham quaisquer sentimentos de alvura

Que virginais cingem na ingenuidade bons sentimentos

Suprimindo no seio da vida pétalas de amor e ternura.

 

 

Texto e imagem: Miriam Carmignan

Soneto

12/03/2025