PERDA DE ARQUIVO

Poema de Valdir Loureiro.

Versos Hendecassílabos

Epígrafe de Salomão Teixeira:

"...Alguns acontecimentos, notadamente ligados ao extravio de anotações, retardaram a realização da presente obra...".

TEIXEIRA, Salomão Lopes. "Asas Infinitas" em Uma Palavra do Autor. São Paulo/SP. Ed. Lux, 2024, pág. 21.

PERDA DE ARQUIVO

Poema de Valdir Loureiro

É maravilhoso quando isto acontece:

A gente conserva um dispositivo

Guardado em um canto, contendo um arquivo

Das obras escritas na lavra que cresce.

Mas também ocorre que desaparece

Na hora imprevista do "ventre abortivo

Da Fatalidade", ou por mal destrutivo

Que o levam consigo. Não mais aparece...

Foi assim com gênios da Arte e da Glória:

Perderam os poemas, só contam a história —

Enquanto outro sofre com essa infeliz cruz.

E o pior de tudo é que o tal sumiço,

Além da maldade, faz tanto feitiço

Que igual criação, nenhum gênio produz!

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Título opcional: ARQUIVO PERDIDO.