DESIGUALDADES

Quando o pobre é preso, sem clamor,

A mídia cala, o povo não se move.

Não há bandeiras, nem fervor,

A injustiça silente não comove.

Mas se a classe média é atingida,

E as prisões ganham tom político,

A voz da mídia é erguida,

E o alarde se torna retórico.

Quantos pobres, sem defesa,

Apodrecem em celas frias,

Sem que a sociedade aja ou pesa

O peso dessas ironias.

Entre gritos e silêncios, a verdade,

A desigualdade é a eterna realidade.