ALMA ESQUECIDA
Em teu jardim, busquei tua mão amiga,
Sempre a pedir, em vão, um só olhar.
Mas tu, distante, a minha dor nega,
E eu, na sombra, sigo a divagar.
Não vês que sob este sorriso terno,
Há um coração que em silêncio chora?
A falsa alegria é meu eterno inverno,
Manto que esconde a dor que devora.
A depressão, sombra que me consome,
Sussurra vozes que ninguém escuta.
E eu, no abismo, luto contra o leme,
Enquanto a vida em pedaços se refuta.
Não julgues, pois, a alma pelo riso,
Que às vezes é só um mudo paraíso.