LAMENTAÇÕES

LAMENTAÇÕES

Urjo no sem sentido dos acasos,

Indo aonde não sei nem saberei.

N’esse mundo de Deus; sem lei nem grei,

Só tive das pessoas seus descasos.

Poeta, trilhei abismos de parnasos

E nada senão luzes encontrei.

Assim durmo mendigo e acordo rei,

Iludido igual luar em poços rasos.

Talvez ao me construir torres de sonho

Arriscasse a má sorte e o olhar tristonho,

Aprumando pilar a incerto soclo.

Não duvido da queda ou do sinistro

Tantas as crises vãs que administro.

No fim, esta é a vida do caboclo…

Ouro Preto - 02 03 2025