O VÃO DESEJO

Na busca incansa do poder terreno,

O homem ergue impérios, tece glórias,

Mas, ao alcançar o ápice sereno,

Descobre a sombra de vãs vitórias.

O sexo, ardente, em labirintos guia,

Promessa efêmera de eterno gozo,

Porém, ao fim, a chama se esvai fria,

E o prazer finda em cinzas de repouso.

Ambas as cobiças, irmãs na essência,

São ventos que sopram sem direção,

Iludem a frágil humana existência,

E dissipam-se em vão ilusão.

Pois, ao tocar o fruto desejado,

Nada resta além do vazio ao lado.