Mais Vida Que a Carne
Decifrar, pelo punho, o que se sente,
É como ser vertigens p'la nervura,
A produzir um fogo, sem factura,
Alforria de quem vive e não é gente.
Isenta-se a carne, com a jura
De não quebrar o fluxo dissidente,
Conquanto (se ousar!) ser resistente,
Fará com que expluda prematura!
Engana-se quem pensa que sustém
Os ímpetos, daquele que é ninguém,
Mas vive sempre além do que é o corpo...
A carne morre já e nunca volta,
O verso só renasce, é vida à solta!
O que será de mim depois de morto?
27-02-2025