SONHOS QUE DEIXEI
Olho do andar oitavo do apartamento
e trinca da janela o vidro, frio cortante;
sinto o Minuano debruçado no mirante
e se enrosca e resfolega; é como um vento
qualquer que no verão é tão calmante...
Passa em mim no campo como alento,
mas antes que eu arraste um pensamento
já é frio, é brumal, é causticante.
Morando em apartamento me desacostumei
do pampa e neste rancho empilhado
não vejo mais o revoado da falenas.
Não tem mais a fumaça que deixei
do forno a lenha, o cheirinho do ensopado...
Aqui, uma por uma, vou deixando as penas.