Sebo
Pensou no velho alfarrabista,
nos livros cheirando a poeira,
olhares sinuosos do letrista,
gingado maroto de capoeira.
A gordura fez-lhe subir o asco;
odor com aspecto repugnante,
como gozo imundo do carrasco
sádico, vesgo safado, alienante.
Tomou sopa de sebo e vomitou:
o nojo superou a pungente fome
teve de afastar-se; não aguentou.
Exausto, chegou ao sebo correto;
o nojo fê-lo esquecer-se do nome.
Escolheu uns livros para ler quieto.