Sebo

Pensou no velho alfarrabista,

nos livros cheirando a poeira,

olhares sinuosos do letrista,

gingado maroto de capoeira.

A gordura fez-lhe subir o asco;

odor com aspecto repugnante,

como gozo imundo do carrasco

sádico, vesgo safado, alienante.

Tomou sopa de sebo e vomitou:

o nojo superou a pungente fome

teve de afastar-se; não aguentou.

Exausto, chegou ao sebo correto;

o nojo fê-lo esquecer-se do nome.

Escolheu uns livros para ler quieto.

René Henrique Götz Licht
Enviado por René Henrique Götz Licht em 22/02/2025
Código do texto: T8270053
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