Quem dera o Amor em mim...
Quem dera o amor em mim fosse uma pluma,
Leve e fugaz levada pelo vento,
Cruzando a paz azul do firmamento,
Sem rumo pra seguir, sem rota alguma!...
Quem dera assim, veloz, feito uma escuna,
A navegar ligeiro mar adentro,
O amor, esse quinhão de sentimento,
Pudesse me levar por entre as brumas!...
Eu não teria a dor, a desventura,
De amar demais, e amar como quem morre,
Na solidão fatal da noite escura!...
E mesmo que esse amor se me devore
Amar, pra mim, será sempre loucura,
Enquanto o tempo entre meus dedos corre!
Ciro Diverbena