Soneto 154
Autor: William Shakespeare
Tradutor: Paulo Camelo
Pequeno deus do amor, assim dormia
enquanto as ninfas lhe juravam vida
e assim mantinham, no seu dia a dia,
a marca que inflamava e que fazia
o coração bater. Quando a donzela,
a mais devota e bela, hauriu em fogo,
ardendo de paixão, desnuda e bela,
a sua mão de virgem fez o jogo.
A marca se apagou num poço raso.
O amor, ardendo em fogo, um fogo eterno,
Inflava qual remédio em curto prazo
e o mal sarou. Mas eu, amante, terno,
hauri a cura. Nessa água eu provo
o amor fogoso, e nela eu me renovo.
17/2/2025.