O Pai Contra Mãe (Releitura)
No mundo vil, de pranto e de amargura,
A fome pesa e a miséria invade,
O homem luta, à sorte se aventura,
Sem ver piedade ou gesto de bondade.
A mãe que chora e teme o duro açoite,
Preserva o filho em meio à solidão,
Enquanto o pai, sem rumo e sem pernoite,
Persegue sonhos, presa da ambição.
No embate cego, o fado os consome,
O laço frágil rompe sem perdão,
O filho é custo, perde-se o seu nome.
Na dor do peito jaz a escravidão,
E a vida segue, rude e sem renome,
Marcada à força pela escuridão.