O Pai Contra Mãe (Releitura)

No mundo vil, de pranto e de amargura,

A fome pesa e a miséria invade,

O homem luta, à sorte se aventura,

Sem ver piedade ou gesto de bondade.

A mãe que chora e teme o duro açoite,

Preserva o filho em meio à solidão,

Enquanto o pai, sem rumo e sem pernoite,

Persegue sonhos, presa da ambição.

No embate cego, o fado os consome,

O laço frágil rompe sem perdão,

O filho é custo, perde-se o seu nome.

Na dor do peito jaz a escravidão,

E a vida segue, rude e sem renome,

Marcada à força pela escuridão.

Othon Aguiar
Enviado por Othon Aguiar em 12/02/2025
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