COMPULSÃO
Ninguém conhece a fúria desta chaga
que faz correr torrentes de amargura
nos olhos onde nada mais fulgura,
no peito que a desilusão esmaga...
Para fugir do laço da tristura,
insisto nesta dolorida saga,
refém do pensamento que propaga
as cores da magia, mas tortura.
Nas horas em que a solidão lancina,
lembrar de tanto amor me tira o sono
e aguça o devaneio compulsivo.
Na madrugada insípida, a rotina
de pranto se repete e chega o dono
da sensatez: o ardor ainda vivo...