ILUSÃO DE SEMPRE VENCER...
Em meu silêncio pensei que tua voz se calaria,
Como a noite, pouco a pouco, no amanhecer...
Eu amava, e igual a quem ama, como saberia?
A saudade é um som, e se nega a se emudecer.
Nessa guerra montei o campo no qual lutaria,
Sem a noção de que seria o primeiro a perder,
Posto que nele bravata não seja boa escuderia,
Não se avança e nem se permite o retroceder.
Restava-me a rendição a qual tudo selaria...
Mas me render a quem não mais me aceitaria?
Uma derrota assaz impossível de se esquecer.
E no silêncio me entregando, raiar dos dias,
Ao sono do cansaço, este então me permitia,
Rebelar-me e nele a ilusão de sempre vencer.