SONETO À MORTE
Hoje, tu já não me causas medo,
Pois já te entendo como realidade...
Talvez tivesse quando a flor da idade
Insistia muito em dizer ser cedo.
Talvez tivesse quando a mocidade
Mostrava-me a vida com cada segredo...
Mas, se ora insistes com teu gosto azedo,
A me visitares com tanta ansiedade,
Digo-te apena com toda a ousadia:
"Ouço os teus passos quase todo dia,
Mas não me apavora o som do teu guizo...."
Apenas te peço: “Joga-me teu laço!
Cala-me depressa, sem muito embaraço,
Antes que eu termine um largo sorriso...”