SONETO À MORTE

Hoje, tu já não me causas medo,

Pois já te entendo como realidade...

Talvez tivesse quando a flor da idade

Insistia muito em dizer ser cedo.

Talvez tivesse quando a mocidade

Mostrava-me a vida com cada segredo...

Mas, se ora insistes com teu gosto azedo,

A me visitares com tanta ansiedade,

Digo-te apena com toda a ousadia:

"Ouço os teus passos quase todo dia,

Mas não me apavora o som do teu guizo...."

Apenas te peço: “Joga-me teu laço!

Cala-me depressa, sem muito embaraço,

Antes que eu termine um largo sorriso...”

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 26/01/2025
Reeditado em 27/01/2025
Código do texto: T8249894
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