ROSA 587
Em tempos idos, a vida era plena,
Nos campos verdes, o sol a brilhar,
As batatas brotavam na cena,
Galos e galinhas, a vida a cantar.
Hoje, nas palafitas, um canto escasso,
O canteiro em lata, um triste retrato,
O frango congelado, um raso embaraço,
Perdi o que amava, o tempo, o contrato.
A juventude gastei em vão,
Magoei os que me deram o amor,
Reflexão amarga, pesa a razão.
Entendo agora a voz de quem é dor,
Os ensinamentos de mãe e de pai,
Na busca do ser, o que é o valor.