MANHÃ DE BELMONTE
Quando a luz da manhã derrama no velho cais
E o vento macio balança as palhas dos coqueiros
Papagaios e periquitos saem dos antigos oitizeiros
Em revoadas barulhentas com destino aos manguezais.
Pescadores surgem à miúde, sonolentos, faceiros...
E atravessam o rio em suas embarcações desiguais
Enquanto anuns, pardais, bem-te-vis, sabiás verdadeiros...
Ecoam seus cânticos das árvores dos enormes quintais.
O Mar Moreno exibe sua beleza sem contratempo.
O aeroporto ainda adormece perdido no tempo
Incapaz de progredir, fazer qualquer coisa em prol.
Os velhos casarões coloridos, destacam-se brilhantes...
Numa mistura homogênea com monumentos possantes
Sob vigilância constante do majestoso e centenário farol.
Belmonte, 13 de Janeiro de 2008.