DIAGNÓSTICO

DIAGNÓSTICO

O que chamam de amor parece febre;

Um queimar-se por dentro, enlanguescendo.

Foi-me, à primeira vista, algo estupendo,

Para ao final levar gato por lebre…

Seja n'um casarão ou n'um casebre,

A vida a dois nos vai adoecendo.

É d'esse jeito desde qu'eu m'entendo

Até que o elo mais fraco enfim se quebre.

Já useiro e vezeiro em decepções,

Conheço dos amores seus senões

A ponto de descrer de alumbramentos.

Não reparo se cético e até cínico,

Apenas às paixões um olhar clínico

Estendo para além dos sentimentos.

Betim - 08 04 2003